No outono em 1971

Um dos concertos mais marcantes desta já longa jornada pelo vale de lágrimas foi no Municipal; vim especialmente de São José dos Campos para assistir, a convite do "padrinho" Ruy Kremer.
Naquela segunda-feira, 31 de maio de 1971, a orquestra do Concertgebouw, dirigida por Haitink, apresentou um programa austero, de gosto irrepreensível :
- Brahms: Abertura Trágica;
- Stravinsky: Sinfonias para instrumentos de sopro;
- Mahler: Sinfonia nº9.
Fiquei passado.
Mas lembro ainda do comentário de uma elegante jovem, sobreouvido à saída: "de fato, os movimentos extremos da sinfonia eram bonitos mas, os do meio, um tanto fracos - até vulgares" - ou seja, o bom Gustav levou uma nota baixa.
A propósito, a gravação da sinfonia de Mahler com eles saiu pela Philips pouco depois: curiosa, para quem se alimentava quase só de discos, a sensação de já tê-la ouvido antes.